segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Remédio de fundo?

Foram poucas as vezes que eu ouvi, até hoje, pessoas perguntando durante a consulta sobre o "remédio de fundo" de seu animal, mas talvez muitos tiveram vontade, mas não questionaram, por qualquer motivo que seja.

Este é um tema confuso até para aqueles que estudaram Homeopatia, então eu imagino como deve ser para leigos observarem o debate entre homeopatas sobre o assunto. Cada médico ou veterinário que encontram diz que concorda com o medicamento de fundo, discorda dele ou, algumas vezes, nem sequer sabe do que se trata o assunto...

A discussão é tão confusa que frequentemente deixa-se de lado o estudo da Homeopatia e a observação dos pacientes para julgar o que deve ou não ser feito. Nenhuma teoria, por mais bem construida ou bela que seja, pode sobrepujar os fatos na decisão da conduta de tratamento. E os sinais de melhora ou piora dos animais tratados são estes fatos.

Fugindo de toda a discussão filosófica sobre o medicamento de fundo ( e esta é uma discussão intensa), Hahnemann escreve em seus principais livros, o Organon e o Doenças Crônicas, que pela a sua experiência, o remédio deve ser sempre alterado para ser o mais adequado aos sinais que o paciente demonstra no momento da prescrição. O medicamento que havia sido escolhido anteriormente talvez não seja mais apropriado para curar o enfermo, e insistir nele não trará resultados positivos.

O médico atento e sem preconceitos peceberá que, ao manter o mesmo tratamento indefinidamente, o estado de seu paciente poderá até melhorar por algum período, mas depois aquele remédio não fará mais bem nenhum, e talvez até represente um risco ao enfermo. Isto porque todo o efeito benéfico deste medicamento já foi esgotado, e a doença presente neste momento no animal não mais pode ser curada por ele.

Pelo estudo da Homeopatia é possível perceber que não há uma necessidade de se procurar um remédio de fundo para tratar corretamente. Se ainda assim persistir a dúvida, observe no paciente a evolução de sua saúde. Se ela estiver se fortalecendo, nada poderá dizer que o tratamento está errado.




Atualização - Eu fui buscar uma definição adequada de remédio de fundo, e um diferencial que também será interessante explicar. É importante lembrar que esses termos talvez não sejam encontrados da mesma maneira em outros lugares. A Homeopatia é bastante simples, mas os homeopatas não...

Medicamento Único: É o princípio da Homeopatia, observado por Hahnemann em suas experimentações, que diz que somente uma substância deve ser administrada por vez. No momento da prescrição, deve-se escolher o remédio que mais se pareça com a doença do paciente, de acordo com os sintomas por ele apresentados. Se posteriormente o quadro sintomático do paciente for alterado, também deve ser o medicamento, para se adequar novamente ao doente. Neste momento, o remédio anterior não mais deve ser utilizado.

Medicamento de Fundo: Sinceramente, eu não sei todas as possíveis interpretações para este termo. Alguns o usam como sinônimo do primeiro termo, o que eu particularmente não gosto, acho que pode gerar confusão. Porém, o uso mais comum desse termo é para um medicamento com o qual o paciente se identifica, e que servirá para o seu tratamento pelo resto de sua vida. Sempre que este paciente apresentar uma doença, este será o medicamento dado para curá-lo.

Isso se originou em uma série de discussões filosóficas entre homeopatas, mas eles se esqueceram de verificar se na prática as suas teorias seriam aplicáveis. Todos aqueles que possuem alguma experiência clínica com remédio de fundo acabam, uma hora ou outra, desistindo de seu uso, por falta de resultados. Mas enquanto alguns realmente abdicam da técnica, outros inventam maneiras de contornar a falha, criando desculpas como, por exemplo, que o medicamento de fundo do paciente ainda não foi descoberto, e então seguem alterando os medicamentos, e obtendo melhores resultados.

Se ainda persistirem dúvidas, perguntem novamente.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Uso de Homeopatia na medicina veterinária

"Se as leis da medicina que eu conheço e proclamo são certas e naturais, elas devem poder ser aplicadas nos animais tão bem como no homem."


Esta foi a frase usada por Samuel Hahnemann, criador da Homeopatia, após tratar seu cavalo de uma inflamação nos olhos com os mesmos medicamentos que indicava aos seus pacientes. O uso da Homeopatia para o tratamento de animais, na mesma época, foi ainda testado por outros homeopatas, como Boenninghausen, um aluno de Hahnemann.


Para aqueles que se defendem dos incrédulos, o uso veterinário da Homeopatia é uma prova contra o argumento de que a Homeopatia só funcionaria por efeito placebo, e todos os que observam sem preconceito os efeitos de um tratamento homeopático correto em um animal conseguem perceber seus efeitos benéficos.

Na clínica de animais de companhia, a Homeopatia é cada vez mais empregada no tratamento de doenças nas quais a Alopatia não consegue atuar com eficácia, geralmente sendo utilizada como um último recurso, mas é bastante eficaz em quase todas as situações, inclusive para o tratamento de doenças agudas.

Surge sempre a idéia de que a Homeopatia demora a agir, o que é um engano. Quando a doença se instala lentamente, o retorno à saúde também é lento, mas em casos emergenciais, a velocidade de ação da Homeopatia pode ser espantosa.