quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Ceticismo, objetividade e Homeopatia


Uma síntese útil sobre a grande maioria dos críticos da homeopatia.

Pseudo-ceticismo

O termo pseudo-ceticismo ou ceticismo patológico é usado para denotar as formas de ceticismo que se desviam da objetividade. A análise mais conhecida do termo foi conduzida por Marcello Truzzi que, em 1987, elaborou a seguinte conceituação:
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".[15]
.
Em sua análise,[15] Marcello Truzzi argumentou que os pseudo-céticos apresentam a seguinte conduta:
  • A tendência de negar, ao invés de duvidar.
  • Utilização de padrões de rigor acima do razoável na avaliação do objeto de sua crítica.
  • A realização de julgamentos sem uma investigação completa e conclusiva.
  • Tendência ao descrédito, ao invés da investigação.
  • Uso do ridículo ou de ataques pessoais.
  • A apresentação de evidências insuficientes.
  • A tentativa de desqualificar proponentes de novas idéias taxando-os pejorativamente de 'pseudo-cientistas', 'promotores' ou 'praticantes de ciência patológica'.
  • Partir do pressuposto de que suas críticas não tem o ônus da prova, e que suas argumentações não precisam estar suportadas por evidências.
  • A apresentação de contra-provas não fundamentadas ou baseadas apenas em plausibilidade, ao invés de se basearem em evidências empíricas.
  • A sugestão de que evidências inconvincentes são suficientes para se assumir que uma teoria é falsa.
  • A tendência de desqualificar 'toda e qualquer' evidência.
O termo pseudo-ceticismo parece ter suas origens na filosofia, na segunda metade do século 19.[16]

15.    ↑ a b "Marcello Truzzi,. On Pseudo-Skepticism" Zetetic Scholar (1987) No. 12/13, 3-4.
16.    Charles Dudley Warner, Editor, Library Of The World's Best Literature Ancient And Modern, Vol. II, 1896. Disponível no Projeto Gutenberg

Retirado do link:    http://pt.wikipedia.org/wiki/Ceticismo

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O Contágio da Ignorância

Tive a oportunidade de ir ao cinema essa semana. Assisti um filme chamado Contágio, que é um bom filme, mas poderia ser melhor se não fosse por alguns detalhes que retiram um tanto da sua credibilidade. O texto a seguir conta algumas passagens do filme para poder comentá-las, e não é aconselhável a leitura se você deseja ver o filme e não gosta de saber o final antecipadamente.

O filme se baseia na ideia que ganhou força recentemente de um vírus mutante causando uma epidemia de grandes proporções na humanidade. Este vírus teria uma mistura genética de outros vírus, causando uma combinação peculiar capaz de atingir uma alta propagação e mortalidade em um tempo extremamente curto. Já houve doenças terríveis na história da humanidade, como o peste negra e a gripe espanhola, é provável que um dia este fato se repita.

O filme tenta manter um ar de verossimilhança, com uma grande quantidade de informações médicas e termos técnicos. O problema é que no momento de concluir o filme, tudo isso se perde. Os protagonistas desenvolvem uma vacina em menos de quatro meses, o que é absolutamente inviável. Mesmo com a premissa do filme, de evitar uma parte dos testes com uma decisão arriscada, a inoculação na própria médica que a desenvolve, ainda assim o prazo foi quimérico. Também é ignorado o fato de que toda vacina tem uma janela imunológica, ou seja, um prazo para que começe a gerar a suposta imunidade. É por isso que, mesmo na Alopatia não vemos tratamentos com vacinas, somente prevenções.

Em outros momentos, o filme traz um jornalista que questiona a veracidade das informações da OMS e dos governos, indicando alternativamente um medicamento chamado forsítia. Mais adiante, citam que este agente seria homeopático (o que eu não consegui confirmar, talvez exista este medicamento nos E.U.A.). Segue próximo ao término do filme que o jornalista em questão estava enganando as pessoas e lucrando com isso. A situação não criticou diretamente a Homeopatia, mas estimulou um desentendimento e um preconceito, desnecessariamente. Se quem quer que seja pensa que o objetivo final dos homeopatas seja lucrar, precisa rever seus conceitos. Com certeza é o de alguns, e existe tanto charlatanismo na Homeopatia quanto na Alopatia. Mas o mercado de Homeopatia gera menos lucro nos E.U.A. do que o mercado de esmaltes para unhas gera no Brasil, uma economia indiscutivelmente mais fraca.

Mesmo considerando ser um filme, é necessário alguns cuidados, pois o público leigo não tem conhecimento destas limitações de técnica. Ao tentar manter a ligação com a realidade, o filme pode dar uma aparência enganosa do que seja a medicina. Mais importante, deve-se ter cuidado sobre o que se fala, para não incorrer no risco de gerar preconceitos na população, um erro grave quando se é um formador de opinião, como os produtores do filme. A não ser, é claro, que tal associação tenha sido proposital...