sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Cirurgias na Homeopatia

                                                           Fonte:  http://migre.me/3UdYk

          Olá!!! Voltamos aqui para esclareceu um assunto controverso e novamente cutucar paradigmas.
Terei que concordar com os céticos: a homeopatia é um sistema médico limitado! Sim! Ela não substitui a cirurgia! Jamais, numa situação em que o corpo precise de uma intervenção cirurgica, poderemos nos furtar a indicá-la. Quem assim o fizer, apenas demonstrará o quanto não conhece da Arte que quer praticar.

          Neste momento já vejo vários tipos de reação dos leitores: indignação dos que protegem a homeopatia a todo custo, suspiros de felicidade e contentamento emitidos pelos semi-céticos, e risinhos de canto da boca dos céticos curiosos, pois há os que sequer se dão ao trabalho de ler sobre aquilo que criticam.

          Agora vamos ao que interessa: o que então seria um caso cirúrgico eletivo? Algumas respostas óbvias: tumores (câncer em geral) de preferência no início pra evitar metástase, sem esquecer a borda de segurança; calculo renal, vesical (na bexiga), uretral, ureteral; hérnias; cálculo dentário (em animais); piometra; varizes; etc. Poderíamos nos perder aqui nas opções. MAS a lista é muito menor do que se imagina, pois toma-se por cirúrgica a solução para doenças crônicas que normalmente recidivam. Quase a totalidade das afecções que eu citei acima não são passíveis de cirurgia e sim de tratamento.

          Agora alguns já devem parar de ler e chutar a parede (rs), mas é a realidade. Quem for forte pra continuar a ler, poderá trocar um pouco a lente com a qual olha o mundo. O paradigma é o que nos torna cegos tomando por verdade aquilo que sequer paramos pra questionar.

          Tumores (câncer): caso não seja obstrutivo, compressivo ou cause qualquer outro tipo de dano mecânico ao paciente, não deve ser retirado e sim tratado medicamentosamente. O corpo que desenvolve um tumor, já, na maioria das vezes, possui um metabolismo que não está dando conta de debelar as células que se multiplicam de forma inadequada (o que ocorre diariamente em todos nós), ou seja, o sistema imune não enxergou as células alienígenas e não as eliminou, elas cresceram. Se já temos um sistema imune um tanto prejudicado e que está, na medida do possível, contendo o espalhamento destas células pelo organismo (metátase) e submetemos o indivíduo a um processo cirúrgico, ou seja, cortamos, mexemos, suturamos, damos antibióticos e antiinflamatórios o que se pode esperar? Primeiro: a cicatrização é um processo inflamatório, que depende, para sua ocorrência, do sistema imune. Este já está debilitado no indivíduo e é, neste momento, fortemente solicitado. O que se espera que aconteça ao tumor que antes estava sento contido na medida do possível? Não é à toa que vemos seguir cirurgias de remoção de tumores, intensas metástases.
         Com o tratamento homeopático, estes tumores ficam restritos ali por anos, mantendo a qualidade de vida do ser vivo.
          Agora a parte mais chata: muitas vezes precisamos remover uma parte do tumor, pois o mesmo causa algum dano mecânico no organismo. Não diz respeito À remoção do tumor, mas à liberação daquilo que impedia a vida. E quando precisamos desta intervenção, não achamos quem a faça, pois é preferível proceder com a eutanásia ou observar o animal definhar por não poder defecar ou deglutir, ou ainda não poder respirar.
          O bom-senso deveria falar mais alto que protocolos.

          Cálculos em vias urinárias: a primeira pergunta seria - "Por que estes cálculos aparecem aí?" Pois bem, eles aparecem, não por acúmulo disto ou daquilo, ou ainda por simples alteração de pH urinário, senão poderiam aparecer em qualquer lugar desde os rins até a uretra. Mas os cálculos podem aparecer apenas em um destes lugares. O motivo primordial do aparecimento de cálculos está na sensibilidade do tecido do órgão em que ele aparece. Então se é na bexiga, temos que o seu tecido está sensível, inflamado, antes de tudo. Então de que adianta retirar cirurgicamente o cálculo? Já é sabido que esta afecção tem alta reincidência, portanto é óbvio que o tratamento cirúrgico não parece o mais adequado. Formação de cálculos é um sintoma de doença crônica, portanto passível de tratamento medicamentoso.
         MAS algumas vezes precisamos lançar mão do procedimento cirúrgico: quando os cálculos são grandes demais para passarem pelo ureter (caso sejam produzidos nos rins) ou pela uretra (se tiverem origem na bexiga). Com o tratamento, ou o cálculo é reabsorvido ou eliminado mecanicamente, então ele deve ter um tamanho compatível.

          Piometra: Não existe a menor necessidade de se operar uma cadela com piometra, com simples tratamento medicamentoso esta afecção se reduz. Caso fechada, se abre e drena, caso aberta ocorre a saída do pús e a redução da infecção uterina. A castração da cadela só faz desviar o órgão de choque, pois a moléstia não foi debelada.

         Cálculo dentário ou tártaro: não faz o menor sentido, pois se trata de manifestação de doença crônica, portanto recidiva, escovando ou não os dentes do animal.

         Fraturas: Caso a fratura peça um pino, este sim deve ser colocado. E o tratamento medicamentoso deve seguir para favorecer a cicatrização óssea de forma organizada.

         Retirada de corpos estranhos, suturas também são momentos que pedem intervenção cirúrgica.

         De qualquer forma todos os animais que serão submetidos a um procedimento cirúrgico devem ser tratados medicamentosamente e o uso de outras substâncias são totalmente dispensáveis. Apenas fica como necessária a administração dos anestésicos gerais no momento da cirurgia.

         Agradeço agora a atenção e aguardo críticas, cometários, etc.

Abraços!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

DA ALOPATIA À HOMEOPATIA (continuação)

Terminei o texto anterior com uma breve introdução sobre o Vitalismo. Irei retomar essa explicação e tentar mostrar como ele se difere do paradigma mecanicista.
O Vitalismo é o suporte filosófico da Homeopatia. Segundo o Dr. Galvão, o Vitalismo entende que a vida é o resultado da ação sobre a matéria de algo extrínseco a ela, de natureza energética ou não material, mas que se observa existir no ser vivo e não existir no não vivo, sendo esse “algo extrínseco” condição necessária à manutenção da vida. Podemos, portanto, chama-lo de Energia ou PrincípioVital. Encontra-se presente em todo o corpo, até nas unhas, pêlos e cabelos, distribuído por todas as sensações e funções.
No Vitalismo, o funcionamento dos componentes mecânicos (tendões, articulações, por exemplo), hidráulicos (vasos, sangue, linfa), elétricos (impulsos nervosos), bioquímicos (interação de um hormônio ou íon no receptor da membrana de uma célula, por exemplo) dos seres vivos, no estado de saúde ou de adoecimento, é conseqüência da expressão do Princípio Vital, ou seja, este último manifesta-se por meio dos elementos físico-químicos do organismo.
Nesse ponto, encontramos uma divergência entre o Vitalismo e o mecanicismo. Como já foi dito no primeiro texto, sob o prisma do mecanicismo, o organismo nada mais é que um complexo arranjo de sistemas mecânicos, hidráulicos, elétricos, etc. Todos os fenômenos da vida se resumem às manifestações físico-químicas, e, no estado de doença, é simplesmente esse arranjo que está funcionando fora de padrões generalistas (valores de referência de exames), sem considerar algo mais profundo, hierarquicamente superior a essa desarmonia.
Por outro lado, o Vitalismo leva em consideração, prioritariamente, o Princípio Vital para explicar os fenômenos que ocorrem em seres vivos nas ocasiões de saúde e de doença, sem reduzi-los apenas e exclusivamente à esfera da bioquímica.
A filosofia vitalista é quase tão antiga quanto a Medicina. Surgiu quando os mais antigos filósofos se preocupavam com a origem, destino e funcionamento dos organismos. A manifestação da vida era motivo de reflexões, observações e experimentações, por meio das quais se pôde (e se pode até hoje) perceber, sentir e reconhecer o Princípio Vital.
As mesmas constatações estavam presentes em diversas civilizações antigas sem que houvesse influência de uma sobre a outra. Entre os chineses, por exemplo, encontramos o conceito de Ch’i, que significa “gás ou éter” e denota o sopro vital, ou energia que anima o cosmo. Na Grécia Antiga, entre os pré-socráticos, havia o predomínio da visão vitalista na concepção de natureza, assim como nas declarações de Tales de Mileto, Anaximandro também de Mileto, Anaxágoras e outros.
Posteriormente, Hipócrates, conhecido como o pai da Medicina, nascido em 460 a.C., sintetizou essas idéias vitalistas que foram sendo, ao longo dos tempos, reconhecidas também por Sócrates, Platão, Aristóteles, Plotino, Santo Agostinho, São Tomaz de Aquino, Paracelso e muitos outros.
Mas foi no século XVII, na França, que Barthez apresentou um conceito de Princípio Vital , que seria “a causa que produz todos os fenômenos da vida no corpo do homem”. Por esse conceito observamos a idéia de unidade e individualidade do sistema fisiológico, tão fragmentado dentro da lógica mecanicista. Essa mesma idéia é compartilhada pelo Sistema Homeopático.
Por fim, todo esse contexto serviu como base para que Samuel Hahnemann (1755-1843), médico que sistematizou a Homeopatia, formalizasse as bases vitalistas do seu novo sistema médico.
O vitalismo de Hahnemann pode ser claramente observado no parágrafo 9º da sua obra “Organon da Arte de curar”:
“No estado de saúde, a força vital de natureza imaterial (autocracia), que dinamicamente anima o corpo material (organismo), reina com poder ilimitado e mantém todas as suas partes em admirável atividade harmônica, nas suas sensações e funções.”
Completando o raciocínio no parágrafo 11º: “... É somente o Princípio Vital, perturbado por uma determinada anormalidade, que pode fornecer ao organismo as sensações desagradáveis e impeli-lo a atividades irregulares às quais chamamos de doença.” Na prática, isso significa que, quando um ser vivo adoece, por exemplo, de gastrite, antes de o estômago estar afetado, quem está doente é a sua Energia Vital.
Considerando o Princípio Vital no processo de saúde e doença, é sobre ele que o médico, ou o veterinário, deve agir, porque somente dessa forma ele estará agindo efetivamente na causa da doença e conseguirá enxergar o individuo como um todo, com suas peculiaridades - o que também acaba sendo essencial para uma cura completa - e não apenas como uma soma de partes. Assim é na Homeopatia.
Quando não fazemos isso, quando queremos apenas localizar uma doença e corrigi-la bioquimicamente estamos apenas impondo ao Princípio Vital a necessidade de deslocar a doença para outro órgão, dentro do tempo e das possibilidades constitucionais de cada ser.
É fundamental que essas diferenças sejam esclarecidas quando passamos a procurar um tratamento homeopático, tanto para nós quanto para nossos amigos bichos, pois estamos muitas vezes e involuntariamente mergulhados em um paradigma mecanicista. Precisamos sair dessa ótica e observar a realidade com mais liberdade de escolha.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O Pseudo-ceticismo

"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las."

Voltaire, filósofo francês, 1694-1778


Todos nós, humanos que ainda valorizamos mais as opiniões pessoais do que fatos, deveríamos agradecer quando encontramos resistência e críticas às nossas ideias. É justamente isso que faz com que nos dediquemos mais profundamente aos estudos, criando alicerces mais sólidos do nosso conhecimento na tentativa de contra-argumentação.

No dia 5 de fevereiro de 2011, ocorre no Brasil uma cópia do que já foi feito em Londres, algum tempo antes. É uma tentativa de suícidio com ingestão de grandes quantidades de medicamentos dinamizados, por parte de difamadores da técnica. Esses mesmos se intitulam céticos, mas não sabem sequer a definição do termo que usam.

Dentro do ceticismo científico, ao qual acham se aproximar, existe a necessidade de uma avaliação rígida e metodológica antes de se afirmar a veracidade ou não de seu objeto de estudo. No ceticismo, a dúvida e estudo rigoroso devem vir antes da negação, caso contrário estaremos lidando com o pseudo-ceticismo.

Ora, como a ingestão de medicamentos dinamizados, da maneira como farão, poderia ser considerado uma prova definitiva da falibilidade da Homeopatia, como desejam, se nem sequer segue os princípios básicos desta. Qualquer um que dedicou algumas horas de estudo à Homeopatia saberá que a vantagem terapêutica desta não se encontra nas dosses massivas de medicamento, como o é na Alopatia. É um erro, e do mais crasso, avaliar uma técnica sobre o paradigma de outra.

Poderemos ir mais fundo nesta análise. No site AteusdoBrasil, que apoia vigorosamente a iniciativa discutida em texto publicado dia 31/01/11, vemos como são desrespeitadas as premissas do ceticismo, já citadas, além de tentarem denegrir a opinião daqueles que discordam deles, de maneira desnecessariamente grosseira. Fica claro a falta de tolerância e diálogo que os mantêm afastados de observar as evidências do funcionamento da Homeopatia, mesmo se o for feito de maneira clara e incontestável.

Portanto, apesar deste exercício de reflexão ser importante para fundamentar a escolha pela Homeopatia, devo admitir que muito pouco foi exigido para a contra-argumentação, visto que em nenhum momento essas críticas, tão mal estruturadas, se colocaram ao lado de uma investigação séria e em conforme com o pensamento científico tão pregado e tão pouco praticado. Muitos são os estudos em prol da Homeopatia, mas é justamente por esta atitude de intolerância, muito difundida no meio acadêmico, que poucos tem a chance de serem amplamente divulgados.