sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Vacinas: V8, V10, V11,...., V30



        Boa tarde! Sou Alessandra e agora também faço parte das pessoas que postarão nesse blog! É bom compartilhar desse espaço.

        Um pouco lá atrás, o André comentou sobre vacinas, principalmente a H1N1. Agora venho comentar especificamente sobre as vacinas que são usadas em nossos animais, principalmente cães, pois os dados podem ser extrapolados para as outras espécies.

        Para quem é leigo, pode questionar o veterinário e para quem é veterinário, pode colocar a mão na consciência e ao menos questionar a si mesmo.

        Lá na graduação, quando ainda estamos aprendendo as disciplinas básicas: imunologia, fisiologia, bioquímica,... Dentre as soníferas aulas de imunologia aprendemos que para que um ser vivo desenvolva imunidade contra um agente qualquer, ou seja, para que o corpo fique imune a uma bactéria, vírus, etc. de forma  eficaz, duradoura, é necessário que o estímulo seja forte o suficiente e causado por UM AGENTE DE CADA VEZ. Além disso existem todas aquelas histórias de imunidade cruzada e falha de imunidade. Outra coisa é que se o organismo está doente já, não é possível que ele, se apresentado a outro estímulo, venha a desenvolver imunidade contra o mesmo, pois o sistema imune já está tomando conta de um assunto mais antigo. Trocando em miúdos podemos realmente comparar o Sistema Imune a um exército coeso, inseparável. Onde vai um, vão todos já que cada componente dele tem um função específica e sozinho não consegue resultado algum. Então, fazendo o raciocínio de quem defende a vacinação, vejam que não estou falando de homeopatia nem fazendo apologia à não vacinação, estou apenas questionando a coerência de uma atitude, será que introduzindo ao mesmo tempo 8 ou 10 agentes no organismo de um cão, conseguiremos uma proteção eficaz para qualquer um dos agentes? Ou será que o "exército" focará um em detrimento do outro? Ou será que para nenhum dos agentes haverá uma quantidade suficiente de anticorpos?

         O protocolo de vacinação para raiva no Instituto Pasteur, onde tive que ser vacinada para um estágio no Centro de Triagem de Animais Silvestres situado no Manequinho Lopes, Ibirapuera, é o seguinte (sem detalhes que não lembro): não estar doente (gripe, resfriado, etc), tomar 1 dose e 2 reforços e fazer prova de título de anticorpos para verificar se houve imunização. Eles têm um valor que seria o mínimo para uma proteção eficaz e se a pessoa vacinada apresentasse algo abaixo teria que repetir a vacinação.

        Então como nossas campanhas de vacinação anti-rábica são eficientes? Pessoas não habilitadas para saúde-animal, voluntárias (não as critico, pois auxiliam no que lhes é requisitado) vacinam animais que se encontram numa fila, muitas vezes debaixo de sol quente, num imenso stress (muitos nunca saem para passear a não ser no dia da vacinação), alguns (pra não dizer vários) com sarna, diarréia ou qualquer outra coisa que não é verificada. Não vou entrar em detalhes mórbidos de sanidade para não gerar um problema político num blog, mas saibam que já participei de campanha de vacinação e vi o que me pediam... Fora dos protocolos de saúde e higiene. Como algo assim pode ser efetivo??? Ou todos os estudos de imunologia estão errados ou esses métodos de vacinação estão errados... não tem como dizer sim pra um e pra outro, pois são contraditórios em muitas partes.

        O argumento para cães vacinados e que mesmo assim adoecem (cinomose, parvovirose principalmente) era porque haviam utilizado vacinas nacionais e não as importadas que só os veterinários têm acesso. Então quando um animal que tomou essa vacina importada no veterinário e ainda assim ficou doente, foi culpa das estatísticas, pois as vacinas não têm 100% de eficácia. São diversas informações que não servem para outra coisa a não ser para dar desculpas para as falhas imensas de um método há muito já notado como falho.
        Não vou citar as inúmeras mortes de animais pela última vacinação anti-rábica, pois não é necessário forjar mais desculpas...
        Esse texto não apela à não vacinação (ainda), mas sim para o nascimento do pensamento crítico... Basta que façamos perguntas simples acerca de nossas práticas para que possamos perceber quantas perguntas não são respondidas ou quantas respostas são insatisfatórias.

        É isso aí! Podem comentar!
        Abraços

9 comentários:

  1. Oi, Alê! Mais um texto que leio sobre este tema, onde percebo o quanto as pessoas PRECISAM começar a refletir sobre excesso de vacinação de seus animais de estimação... Tenho estudado algumas coisas e pretendo também escrever algo sobre o assunto em breve! Parabéns pelo alerta! Beijos!

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  2. Valeu pelo comentário Cassia!
    Refletir seriamente sobre um assunto, muitas vezes nos leva a mudanças que não gostaríamos de encarar, pois demanda energia e tempo para nos reorganizarmos... Então, muitas vezes é mais fácil apenas aceitar as coisas como são e manter a mente vazia ;)
    Ainda bem que existem os inquietos e os de visão acurada!
    Beijos!

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  3. Oi Alessandra. Gostei do texto. Há tempos venho refletindo sobre essa questão da vacinação, mas ainda tenho muitas dúvidas. A verdade é que nunca concordei com a forma que essas campanhas são realizadas, causam mais mal do que bem aos animais. E essa coisa de "vacina importada" é balela!!

    Uma dúvida que tenho: por exemplo: um cão que hoje possui 10 anos, sempre foi vacinado desde filhote (não em campanhas, mas em clínica mesmo), atualmente nunca sai de casa, tem boa saúde, mas já é idoso, qual a melhor conduta nesse caso: continuar vacinando ou não? O quanto fará de diferença vacinar esse animal?

    E você, recomenda a vacinação aos seus clientes? Qual a solução? Se render a esses protocolos que aí estão, ou não vacinar? Em que arriscar? São muitas as minhas dúvidas!! rsrs..

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  4. Adriana! Comentário pertinente!
    Existem muitos colegas, que seguem a medicina clássica mesmo, que já estão percebendo o quanto é incoerente essa forma de vacinação, já diminuindo o número de vacinações. Para um animal idoso, pensando em questões imunológicas e sanitárias (sem pensar mesmo em homeopatia) eu não recomendaria mais vacinação.
    Como homeopata, não recomendo vacinação não, mas me baseando em estudo e contando com uma medicina que me dá apoio no caso de epidemias. Quando um médico homeopata tem segurança daquilo que faz (ou tem colegas que possam auxiliá-lo no caso de alguma dúvida), pensa muito seriamente nessa questão, pois não há benefício com vacinação.
    De qualquer forma não proíbo os clientes de vacinarem seus cães. Meu papel é de educadora e orientadora, mas caso a pessoa queira vacinar eu não o faço e recomendo que procure um profissional que trabalhe com isso.
    Pra mim a não vacinação não é um risco, mas o contrário sim.
    Caso você queira saber mais sobre vacinação (humana, mas o raciocínio é o mesmo) avise que mando um link. Acredito que isso virará um post logo.
    Continue participando!
    Muito obrigada!

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  5. Alessandra, obrigada pelos esclarecimentos.

    Meu pensamento tem sido este, especialmente no caso dos idosos. Tenho visto que é bem melhor não vacinar mesmo. E o pior é que cada vez mais os protocolos de vacinação estão enormes (beneficiando, obviamente, os laboratórios somente), existe hoje em dia "vacina" para giárdia e até para babesia!! Em mesma nunca usei a vacina contra leishmaniose e nos gatos, eu também nunca usei a vacina quíntupla, sempre achei desnecessária e arriscada, mas, no caso dos gatos, ainda tenho dúvidas quanto aos semi-domiciliados, se devemos vaciná-los anualmente ou não. Agora, uma outra dúvida que tenho: e no caso da vacina contra raiva, em que o MAPA obriga a vacinação anual? Como fazer?

    Desculpe tantas perguntas, mas é que é tão difícil encontrar alguém que se disponha a discutir esses assuntos!

    Gostaria do link sim, obrigada! :)

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  6. Não vou saber dizer precisamente quais as lacunas e se elas existem, mas a questão é: eu não obrigo as pessoas a nada, apenas oriento. E caso elas decidam por vacinar eu encaminho para outro profissional, afinal de contas não tenho estrutura na minha clínica ou, no meu caso, atendo em domicílio. Não vou entrar numa batalha judicial com isso.
    A questão é, caso entre, existem MUITOS questionamentos na minha cabeça sobre o assunto e é só pegar o protocolo de vacinação humana para raiva no Pasteur e verificar o que é feito nas ruas e/ou nas clínicas para os animais. Não é eficiente ou pelo menos é muito duvidoso. E não me venham com números, pois esse negócio de matar cobra e mostrar pau é para crédulos e como sou crítica quero é ver cobra morta. A diminuição dos casos de raiva têm inúmeras variáveis envolvidas e não apenas a vacina, então....
    Veja o link e responda você mesma se deve ou não vacinar e se isso reduz ou não a chance do animal adoecer.
    http://www.youtube.com/watch?v=H4bhwgXsbzA
    é um documentário de 1,5h, são 10 partes.
    Adiantando aqui pra você, mas certamente escreveremos algo.
    A questão aí não é a vacinação ou não devido ao risco ou não envolvido, mas sim a eficácia da vacinação. quantos gatos vacinados e com complexo respiratório você já viu? É mais ou menos esse o pensamento.
    Abraços!

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  7. Alessandra,

    Acho que sua postura está corretíssima. Eu fiz a profilaxia para raiva (pré-exposição) quando era estudante. De fato, algo está errado nos esquemas vacinais para os animais. Existe ainda muita coisa a ser discutida. Tenho pesquisado sobre o assunto e achado muita coisa interessante, além disso vou assistir o documentário que vc recomendou e tirar as minhas próprias conclusões. Muito obrigada pela oportunidade de discussão sobre esse assunto.

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  8. Gostei muito do blog. Vou recomendar na comunidade do canil. Sobre a vacina em cães idosos tive essa dudiva antes de vacinar os meus pugs. Acabei vacinando e me arrependendo! Um dos meus cães baixou a imunidade demais, teve crise de cistite e até giardia. Agora estamos tratando com homeopatia, porque onde moro atualmente foi bem dificil encontrar uma profissional. Sempre tratei meus cães com homeopatia e sempre tivemos otimos resuktados. parabens pelo blog., abs Lilia Canol S. Jose d'Ouro.

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  9. Obrigada Lilia!!! Participe sempre, comentários são muito bem-vindos!
    A dificuldade para achar um profissional e que ainda seja bom é realmente uma realidade!
    Se você gosta de homeopatia, cadastre-se em www.ihgg.com.br e receba o boletim deles! É muito bom pra entender todo o processo!
    Até mais!

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